João Cláudio Genu recebia um percentual fixo da propina do PP. (Foto: Reprodução/TV Senado)
O ex-tesoureiro do Partido Progressista João Cláudio Genu, preso em Curitiba desde o mês passado, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF). Indiciado pela Polícia Federal por suspeita de receber aproximadamente R$ 6 milhões em propinas, Genu agora é acusado formalmente pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. A denúncia do MPF foi encaminhada para a 13.ª Vara Federal de Curitiba. Se o juiz Sérgio Moro aceitar a argumentação dos procuradores, Genu se torna réu em um processo penal. O ex-tesoureiro do PP foi preso na 29.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Repescagem.
De acordo com a força-tarefa no Ministério Público Federal, Genu recebia pagamentos constantes do esquema criminoso instalado na Petrobras. Ele ficava com um percentual fixo da propina destinada para o Partido Progressista. O MPF aponta que Genu continuou recebendo dinheiro de origem ilícita pelo menos até março de 2014, quando a Operação Lava Jato já estava em andamento.
Além do ex-tesoureiro, também foram denunciados Lucas Amorin Alves, Jayme Alves de Oliveira Filho, Rafael Ângulo Lopes e Carlos Rocha “Ceará”. A esposa do ex-tesoureiro, Cláudia Contijo Genu, foi denunciada somente pelo crime de lavagem de dinheiro. A suspeita é de que Genu e a esposa tenham tentado esconder a origem ilícita do dinheiro. Entre 2013 e 2014, por exemplo, o casal comprou R$ 134 mil em joias – pagos com dinheiro em espécie, em Brasília.
De acordo com os procuradores, entre 2007 e 2012, Genu atuou junto com o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para negociar quase R$ 358 milhões em propinas. O valor corresponde a 1% dos contratos da estatal com as empreiteiras Engevix, Galvão Engenharia, Camargo Corrêa, UTC Engenharia, Mendes Júnior e OAS.
